Rafael Custódio
Rafael Custódio
Como manter um estado de uma coreografia vivo no meu corpo? Como modificar esse estado/Energia e não perde-la?
No primeiro encontro relato no
meu diário os motivos que me levaram até o grupo, que são eles a falta de
confiança, a insegurança e a dificuldade que tenho de encontrar saídas expressivas
no meu corpo, algo que me acompanha e que é muito complexo, pois envolve mente,
insegurança é algo que passa da mente para o corpo. Pensando muito nessas
questões tenho tentado me entregar ao trabalho e acreditar que sou capaz de
desenvolver meu corpo e minha mente, pois estes são tudo que tenho.
Neste dia de trabalho conheci a
proposta das ternas no Rasa Box, desde o início senti que o Rasa tem uma
energia diferente, uma energia que não pode ser pensada, que deve ser
construída em um pulo e deixada em pra traz com outro pulo (por mais que eu
sempre sinta estar levando algo de um rasa que me ajuda a criar em outro de
energia extremamente oposta) Comecei associar isso ao aquecimento que um estado
causa no meu corpo.
É interessante pensar nas imagens
que me vem na cabeça quando penso nos rasas, por exemplo, no Bhayanaka
(tristeza) consigo visualizar um homem lindo, ajoelhado e com as mãos
espalmadas quase tocando em seu rosto enquanto se lastima de olhos fechados com
uma expressão de tristeza profunda que me remete a uma tragédia que ele causou.
Essas imagens me fazem pensar muito na vida o rasa já tem e que quando entramos
neles essa vida se corporifica.
Minha primeira coreografia
expressiva é a que mais diz sobre mim, pois ela vai de tristeza a força e passa
por altos e baixos, utilizei o auxílio das mãos para guiar os movimentos e meus
dedos servem como apontadores das direções que o meu corpo toma, e em
determinado momento tento visualizar um misto de raiva, tristeza e resistência
quando minhas mãos se transformam em garras e arranham o chão, em um determinado
momento meu corpo ganha uma fraqueza, penso na imagem de uma pessoa gravemente
doente que só tem condições de dizer com
dificuldade “Eu sempre trago o esquecimento desse céu
azul” e de repente esta criatura inerte ganha uma força que escapa das
mãos e faz com que ela se reerga e suba uma escada com calma e força e por fim
meu corpo desce para o chão, mas dessa vez com mais força, pois sabe que vai se
reerguer de novo. Ainda não tinha pensado em como se chamaria essa coreografia,
mas agora ao fazer essa divisão dos momentos penso acabo de pensar que o nome ideal
seria “Eu”.
Ao decorrer destes encontros
venho pensado muito nos estados que meu corpo pode chegar, mas que nem sempre
eu consigo, e pensei no meu objetivo de pesquisa: Como manter um estado de uma
coreografia vivo no meu corpo? Como modificar esse estado/Energia e não
perde-la? Algumas questões sobre essas perguntar já são mais claras para mim,
mas preciso refletir e estudar mais sobre elas no meu corpo.
Uberlandia, 24 de Setembro
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