Bruno Oliveira
Bruno de Oliveira dos Santos Goes
Ator, músico, poeta e produtor cultural
Discente do Curso de Teatro (IARTE), da Universidade Federal de Uberlândia.
Linhas de pesquisa:
1. Cultura Afro-brasileira
3. Lei nº 11645/08
4. Motrizes Africanas
5. Ternas: pedagogia corporal para as artes
Introdução
As motrizes Yorubás na pesquisa corpóreo-expressivas no campo das artes cênicas
Desde 2016 desenvolvo projetos artísticos dentro da temática afro-racial, onde destaco a importância da representatividade negra nas produções e como artista criador, que investiga sua própria história e faz disso uma obra encenada, contada, cantada ou dançada. Iniciei com o “Projeto Axé Aiê - Saudações aos Orixás e ao Brasil África”, apresentando no XX FESCETE, na cidade de Santos, era uma cena curta onde interpretava um negro escravizado no Brasil que seria morto por não renegar as suas origens de África. Recebemos o Prêmio Iracema Paula Ribeiro do Voto Popular. Outra iniciativa que realizei foi o “Projeto Contos Iorubás”, em formato de narração de histórias, trazendo os mitos do orixás como meio de contar os fenômenos da natureza.
Em 2017, concebo o “Projeto PRETUme - espetáculo cênico musical”, esse projeto é uma ação cultural de manifestação teatral e comunitária que divulga e assenta a Lei nº 11.645, disseminando as influências de matriz africana no moda de como pensa o povo brasileiro, no qual me elucidou no meu caminho de pesquisa dentro da universidade. Tive a oportunidade de apresentar nas cidades de Santos/SP, São Vicente/SP e Uberlândia/MG, percorrendo escolas, festivais e pequenas temporadas. Houve um grande alcance de público, tendo em média 1.200 pessoas alcançadas em 12 apresentações, esse projeto recebeu muitos prêmios em festivais e também o Prêmio Zumbi dos Palmares, da Prefeitura de Santos/SP.
Andarilhando com o projeto, pensei em criar uma oficina-vivência em que pudesse falar da essência dos Orixás e propor uma vivência em conjunto utilizando elementos sonoros, visuais e olfativos, chamada “Oficina Orixá e o Corpo Afro | dança e educomunicação como alternativas de diálogos e cidadania”. Em 2018, nasce a “Performance Nicácia”, financiada pela 6ª edição do Concurso de Apoio a Projetos Culturais Independentes no Município de Santos/SP, nesse trabalho faço homenagem a todas as mulheres que atravessaram em minha experiência como ser, desde as mulheres deste plano, às Yabás. E nesse rito de louvação, trago elementos pessoais, reativando uma memória afetiva de comidas, objetos, cheiros e lembranças, criando um espaço interativo com o público. Atualmente estou em processo de montagem do “Projeto Nicácia - espetáculo cênico musical”, em conjunto ao Instituto de Arte, da Universidade Federal de Uberlândia. Seu enredo se baseia no período da escravidão do Brasil, contando a história de Nicácia, uma negra escravizada. Sua trajetória se inicia nos navios negreiros até os quilombos brasileiros, tendo também como base referencial, às religiões de matriz africana e a cultura afro-brasileira por meio dos sons percussivos, canções em Iorubá e as danças dos Orixás.
![]() |
"Performance Nicácia" (Santos, SP) Foto: Maurice Pirotte |
Antes de chegar Grupo de Pesquisa Ternas: Pedagogia Corporal, tenho que levar em conta todos esses processos que me fizeram criar minha identidade como artista pesquisador e criador. Hoje tenho o privilégio de poder estudar sobre a minha história no ponto de vista acadêmico e poder dialogar com outros pesquisadores que estão no mesmo campo de pesquisa.
Na próxima postagem falarei mais sobre o projeto de pesquisa no qual estou desenvolvendo, com a orientação da Profa Dra. Renata Meira.
Projeto de Pesquisa
Recriação da Grade do Rasaboxes com o recorte nos movimentos corpóreo-expressivos de motrizes Yorubás
Ao fazer parte do Grupo de Pesquisa Ternas: Pedagogia Corporal, da Profa Dra. Renata Meira, encontrei a oportunidade de me aprofundar no meu campo de pesquisa dos movimentos corpóreo-expressivos no recorte das motrizes Yorubás, sendo mais específico, da cidade de Abéòkúta, na Nigéria.
Mas porque uma pesquisa tão específica dentro dessa região?
Meu primeiro contato com a filosofia e o culto dos orixás foi no Oduduwa - Templo dos Orixás, na cidade de Mongaguá, litoral do estado de São Paulo, em 2013, onde conheci o sacerdote, que hoje é meu mestre espiritual, o Bàbálórìsà Adesiná Síkírù Sàlámì, o Babá King, filho de uma importante linhagem real, nasceu na cidade de Abéòkúta, no Estado de Ògún, na Nigéria. Nesse mesmo ano me iniciei no ritual de Ifá-Orúnmìlà, onde pude trocar experiências com outros nigerianos que vieram para o Brasil...
Coreografia Expressiva 04 de setembro de 2018
Coreografia Expressiva 11 de setembro de 2018
Coreografia Expressiva 25 de setembro de 2018
Posturas de rasas - Encontro dia 18 de setembro de 2018
Encontro do dia 25 de setembro de 2018 pelo olhar fotográfico de Silvania
Comments
Post a Comment