Rafaela Yamamoto

Técnica + Emoção = ?

     Me interesso em pesquisar sobre o corpo do ator e como é necessário a utilização das intensidades e das energias de cada emoção para a composição cênica. Mas também fico me perguntando o porquê aprendermos alinhamento, articulações e projeções, com certeza não é só para reeducar o corpo. Foi então que entrei neste grupo de pesquisa visando conhecer melhor esse conceito de somaestética (soma = educação somática; estética = representações cênicas). Para mim, que atualmente estou no 2° período, seria como se as aulas de Corpovoz I e Improvisação I fossem mescladas e isso parece ser fascinante.
     Acredito que com as ternas eu acabo perdendo um pouco dos meu vícios corporais cotidianos e, quando eu levo isso para a exploração de uma determinada emoção e consigo ampliar as diversas formas de representá-la sem que caía em esteriótipos, além de sentir meu corpo preenchendo todo o espaço, posso brincar com a minha quinesfera da forma que bem entender, pois as ternas me dão essa liberdade de movimentar meu corpo a partir dela e as emoções modificam o movimento para a expressão que tanto buscamos. 
     A composição de coreografias expressivas é muito bom para sintetizar todo um trabalho feito num dia. Gravá-las é dar a chance de poder se ver e perceber, de fora, como é essa junção de técnica + emoção. É possível perceber o progresso também, ainda que não me viram no começo do ano, mas pelos três vídeos é fácil de reparar como os movimentos vão ficando orgânicos e como a distinção deles é maior.

Coreografia Expressiva 21 de Agosto de 2018
     Nesta, trabalhei dois rasas: Sringara (eros) e Hasya (risada), porém a distinção entre eles não está tão evidente e, o trabalho com o Sringara está muito mais completo e diversificado. A terna trabalhada era o alinhamento, mas por muitas vezes esqueci de alinhar o pescoço, mantive ele duro e sem fazer a oposição de vetores.



Coreografia Expressiva 11 de setembro de 2018
     Aqui, comecei no Vira e fui migrando para o Raudra, Adbhuta, Hasya e Sringara. A terna utilizada era a sonoridade. As palavras escritas nos cartazes de cada rasa, foram me inspirando e gerando sons e a partir daí viram os movimentos; "Como cada som transmite uma sensação?" com isso na cabeça fui experimentando até achar que o recado conseguia ser repassado. Sobre o corpo, mantive um pouco o pescoço duro e um outro vício que me custa a sair são os pés de bailarina, já houve um certo progresso, mas não muito como o esperado.



Coreografia Expressiva 25 de setembro de 2018
     Essa terceira, foi baseada nas fotografias expressivas que criamos no encontro anterior. Para cada rasa havia uma fotografia e para a criação desta coreografia foi selecionadas duas fotos: a do rasa Bibhatsa e do rasa Hasya, mesclei também outras partituras de outros rasas como Vira, Raudra, Sringara e algo entre Karuna e Bhayanaka. Foi desta  CE que surgiram as partituras corporais para a encenação do poema de Conceição Evaristo, Da menina, a pipa; É um poema muito forte, e fazer uso dessas partituras para compô-lo dará outro sentido e emoção à elas.

     O trabalho de transpor uma partitura criada para um determinado rasa para uma emoção completamente diferente é o que me faz pensar na versatilidade e variedade de coisas que podemos fazer com o nosso corpo. Usamos uma terna + um rasa para compor uma coreografia, a partir desta fazemos um recorte e mudamos a emoção para criarmos uma cena. Essa ideia é completamente genial, conseguir dar a emoção que quiser para uma mesma partitura, assim a partitura impulsiona as emoções e vice-versa, pois as emoções também impulsionam as partituras (rasaboxes + ternas).


Posturas de rasas - Encontro dia 18 de setembro de 2018
























Encontro do dia 25 de setembro de 2018 pelo olhar fotográfico de Silvania








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